Este blog foi criado para oferecer um gostoso aprendizado da Língua Portuguesa, em especial para os alunos do 6º ao 9º Ano do Ensino Fundamental, da Escola Centro Educacional Rui Barbosa de Malhada de Pedras - BA, a fim de promover a interação dos alunos com postagens que contribuam para a construção do conhecimento, partindo de atividades que os levem a criar, compartilhar, comentar e postar, adquirindo assim, uma aprendizagem significativa.
Desejo que todos acessem bastante este blog e deixem sua contribuição. Será um prazer servi-los!

terça-feira, 19 de junho de 2012

O ponto e vírgula


Hoje vamos falar de um sinal de pontuação que está em extinção: o ponto e vírgula.
E não é exagero falar em extinção.
Quem lê muito, e todo tipo de texto, sabe que o ponto e vírgula está em desuso.
Poucas pessoas o empregam.
Por que será? Decerto por insegurança, o tal medo de errar.
Mas é ruim essa tática de evitar o ponto e vírgula.
Perdemos um bom recurso de pontuação, pois o ponto e vírgula tem sua importância e pode, quando bem empregado, deixar o texto melhor.
Não por acaso, grandes escritores, como Proust e Machado de Assis, usavam e abusavam desse sinal.
A função do ponto e vírgula é separar blocos de informação.
Mas não é qualquer bloco de informação.
Somente os que têm os elementos internos separados por vírgula.
Vejamos isso na prática: “Era um domingo normal: papai, apaixonado por automóveis, estava na garagem mexendo no carro; mamãe, que adorava cozinhar, decidia o cardápio do dia; e meu irmão, um dorminhoco inveterado, lutava para derrotar o sono”.
Há nesse exemplo três blocos de informação: 1. papai, apaixonado por automóveis, estava na garagem mexendo no carro; 2. mamãe, que adorava cozinhar, decidia o cardápio do dia; 3. e meu irmão, um dorminhoco inveterado, lutava para derrotar o sono.
Observe que cada um desses blocos tem elementos internos separados por vírgula.
Com o ponto e vírgula na separação interblocos, conseguimos demarcar melhor os três segmentos que formam o enunciado.
Se usássemos vírgula no lugar do ponto e vírgula, essa demarcação ficaria prejudicada, comprometendo a leitura e até mesmo a compreensão da frase.
Compare: “Era um domingo normal: papai, apaixonado por automóveis, estava na garagem mexendo no carro, mamãe, que adorava cozinhar, decidia o cardápio do dia, e meu irmão, um dorminhoco inveterado, lutava para derrotar o sono”.
Percebeu a diferença, leitor?
E isso é só uma pequena amostra do ganho estilístico que o ponto e vírgula pode representar no nosso texto.
O grande poeta gaúcho Mário Quintana (1906-1994) sabia muito bem disso.
Tanto que, num de seus poemas, fez questão de deixar registrada a importância do ponto e vírgula: “Quando completei 15 anos, meu compenetrado padrinho me escreveu uma carta muito, muito séria: tinha até ponto e vírgula! Nunca fiquei tão impressionado na minha vida”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário